A Palavra "Planeta"
Desde tempos imemoráveis o homem notou que no céu haviam o Sol, a Lua, e inúmeros “pontos de luz”. De vez em quando também aparecia um ou outro objeto meio nebular, que por parecerem ter uma cabeleira de luz, receberam o nome de cometas (“estrelas com cabeleiras”, do grego).
Olhando o céu, noite após noite, o homem logo reparou que a grande maioria desses “pontos de luz” era “fixa”, uns em relação aos outros. Cinco desses pontos, porém, se moviam em relação aos demais e em relação a eles próprios. Esses “pontos de luz móveis” receberam o nome de planetas (“errantes”, do grego). Eram eles: Mercúrio, Venus, Marte, Júpiter e Saturno.
Durante muito tempo pensamos que todo o Universo era constituído apenas da Terra, Sol, Lua, os cinco planetas e os “visitantes” cometas. Tudo mais era como que uma “moldura” ou um “enfeite” para esse universo.
Para explicar os movimentos que observávamos no céu, Ptolomeu (120-180) propôs um “sistema planetário” com a Terra no centro. Planetas eram então os objetos (com exceção do Sol e da Lua) que giravam em torno da Terra.
Copernico (1473-1543) propôs um sistema com o Sol no centro e os planetas rodeando-o ao longo de órbitas circulares. Kepler (1571-1630) aprimorou o modêlo de Copernico. Desde Copernico, então, passamos a entender por “Planetas” aqueles objetos que giram em torno do Sol (com exceção dos visitantes cometas).
O telescópio foi inventado no início do século XVII. Pouco após a sua invenção Galileo Galilei, além de detalhes de objetos já conhecidos, descobriu quatro novos objetos do Sistema Solar. Esses objetos orbitavam Júpiter e foram considerados então luas de Júpiter. Naquele século, além de alguns cometas, também foram descobertas as cinco maiores luas de Saturno.
O primeiro objeto orbitando o Sol descoberto com telescópio (excetuando cometas) foi Urano, em 1781. Por ser um objeto orbitando o Sol, Urano foi prontamente e inquestionàvelmente chamado de planeta.
O segundo objeto orbitando o Sol descoberto com telescópio foi Ceres, em 1801. Por cerca de trinta anos Ceres foi considerado planeta. Pouco após a sua descoberta, entretanto, começaram a ser descobertos vários outros objetos menores, também rodeando o Sol, com órbitas próximas à órbita de Ceres. Ceres e esses objetos passaram a ser chamados “planetas menores” ou “asteróides”.
Netuno foi descoberto em 1846 e por orbitar o Sol e devido à sua grande dimensão, também foi inquestionávelmente chamado planeta. Plutão foi descoberto em 1930 e também foi prontamente chamado planeta, apesar da discussão proposta por alguns astrônomos: “Qual o tamanho mínimo que deve ter um astro que orbita o Sol para ser planeta?”
Ceres deixou de ser considerado planeta não apenas devido à sua vizinhança (Ceres rodeia o Sol com órbita próxima a de milhares de corpos menores. Essa região do Sistema Solar, que fica entre as órbitas de Marte e Júpiter, passou a ser denominada “Cinturão de Asteróides”); como também devido à sua pequena dimensão (O diâmetro de Ceres é estimado em aproximadamente 930 Km).
Plutão, apesar de ter mais do dobro do tamanho de Ceres (2.250 Km de diâmetro) também é muito pequeno comparado com os demais planetas. (Mercúrio tem 5.100 Km). Seria o tamanho de Plutão o limite mínimo que um astro deveria ter para ser planeta? De certa forma, criou-se um consenso nesse sentido.